Espaço Geek: A ideologia nerd no maior festival de cultura jovem do sul do Brasil

Se tem um universo que ganhou espaço no mundo é o virtual. Hoje você pode ser craque do futebol, skatista profissional, atirador de elite, zumbi, construtor, mago, mestre, assassino, policial, lutador, tudo isso sem sair do seu quarto. A FACE destinou um espaço muito especial para a galera que curte muito mais ficar com suas séries, livros e games em casa, do que sair para fazer nada na rua.

O Espaço Geek foi projetado para todos que se encantam pelo universo dos games. Com direito a campeonato de FIFA, disputas de e-games e, para os tradicionais, jogos analógicos e RPGs. E é justamente para entender essa galera que curte criar aventuras imaginárias no mundo real que trocamos ideia com Albano Schmitdt, responsável pelos jogos de mesa no festival. Se liga no papo!

Jogo, definitivamente, não é coisa só para criança, certo?
Claro que não! Nossa faixa etária média, inclusive, é perto de 30 anos. O grande contingente do público, talvez por uma questão de tempo, ainda se concentra na faixa dos 16 aos 25 anos. Contudo, é muito, muito gratificante ver os pais trazerem e jogarem juntos com seus filhos! Temos vários clientes com mais de 45/50 anos que fazem disso o programa de final de semana. Os jogos são para todas as idades, ajudando inclusive no gosto pela leitura e desenvolvimento de crianças e jovens.

Quando você era criança, quais eram seus jogos favoritos?
Se pensarmos no digital, eu era e ainda sou muito fã de Zelda, o clássico da Nintendo. Foi ali que tomei contato com outros mundos e passei a me interessar por jogos de RPG. O primeiro RPG que joguei foi Defensores de Tóqui, hoje a cargo da Jambô. Levei também uma campanha de Star Wars d20 por quase uma década! Infelizmente os boardgames ainda não eram tão difundidos no Brasil nos anos 90, o que me fez jogar mais RPG e cardgames. Comecei no Magic em 1996, passando por Pokémon e Magination no começo dos anos 2000. Magic eu nunca deixei de jogar de verdade e hoje tenho uma das maiores coleções pessoais do Brasil, inclusive com grandes raridades como as Moxes e Biblioteca de Alexandria. Sou muito fã dos seus romances também, tenho dezenas e dezenas de livros de seus mundos. O bacana dos jogos é que eles são todos, sem exceção, multimidias: tem as cartas, os quadrinhos, livros, filmes, séries, jogos de videogame… É o máximo experimentar as diferentes facetas de cada mundo em cada plataforma.

RPG envolve jogo e história. Pode nos falar um pouco de como o game acontece?
O RPG – jogo de interpretar papéis – funciona como um grande teatro. Existem algumas regras básicas para manter a cadência do jogo e um período de criação de personagens, mas, após essa etapa, o jogo se desenrola completamente na imaginação e interação teatral entre os jogadores. Ao menos quando é bem jogado! Haha Hoje em dia os mais novos preferem muito mais os jogos de tabuleiro, muito mais visuais e parecidos com videogames de mesa, onde os objetivos e as regras são muito mais claros. E também pudera, os jogos evoluiram muito desde War e Banco Imobiliário…

Imaginação e criatividade são fatores importantes nessa atividade?
Completamente. O grande foco desses jogos é a imaginação de cada um, a capacidade de se transportar durante algumas horas para outros mundos, vivendo aventuras que infelizmente nossa realidade não nos permite. É hora de sermos magos, Jedis, senhores dos anéis, quebradores de correntes e tantos outros títulos!

Quantas pessoas podem jogar simultaneamente? Existe um roteiro, de como o jogo deve terminar?
Tanto no RPG quanto no nos boardgames, o número varia de 2 a mais de 10 pessoas, a depender do objetivo e quantidade de pessoas aptas a mestrar/mediar as partidas. O número “mágico” é de 4 a 6 jogadores, para facilitar a interação e o desenrolar das partidas. Os “roteiros”/missões acabam sendo pré-estabelecidos, contudo, de maneira ampla e aberta. A partir do início do jogo, tudo é possível. Eles demandam um certo tempo, que, desgraçadamente, muitos adultos não dispoem, por isso a preferência de um pessoal ou mais novo ou mais velho nos jogos.

Em um mundo tão virtual e tecnológico, qual é a motivação de um jogo analógico?
Estamos vivendo #arevanchedoanalógico (A Revanche do Analógico). As pessoas perceberam que o Ipad até é bem legal, mas nada se compara a segurar e cheirar um livro recém saído da gráfica. O PS4 gera gráficos incríveis e tem seu momento, todavia, rolar dados, mexer em naves pintadas por você mesmo, tem um apelo instintivo, de infância perdida, que a televisão e os monitores não conseguem recriar. Ser nerd/geek virou cool, e os jogos físicos acabaram entrando nessa onda vintage. Graças a Deus! Eu tenho uma coleção de videogames que vai desde o Atari, passando por NES, Dreamcast até chegar no 3DS e PS4, mas, não trocaria uma partida de Magic ou Carcassone por nada!

A galera que for até a FACE vai poder entender melhor este universo?
Definitivamente. Levaremos uma equipe de 5 pessoas e dezenas de boardgames/cardgames para o pessoal experimentar ao vivo, com professores capacitados. O público ainda poderá adquirir qualquer um dos que tenha gostado, pois nosso stand contará com mais de cem jogos fechados para o público poder comprar e levar para casa. É uma oportunidade única em Chapecó, uma vez que a cidade não tem uma loja física para a aquisição desses produtos. Quem sabe um dia não inauguremos algo por ai? O que vale é vir jogar e interagir conosco de quinta a sábado! Venham conhecer um novo mundo!

Muitas atividades te esperam no maior festival de conhecimento e cultura jovem do sul do Brasil, que rola nos dias 31 de agosto e 01 e 02 de setembro. Curtiu? E robótica, você gosta? 😉

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