Se você conhece a FACE deve saber que um dos pontos altos do festival é a área de robótica. Oficinas, demonstrações, batalhas… Tudo pode acontecer no Espaço JEDI, onde tratamos dessa tecnologia aplicada para a melhoria da vida dos seres humanos. Por ser um assunto tão novo, quem não vive este universo acaba sabendo muito pouco. Foi pensando nisso que convocamos um especialista para tirar as nossas dúvidas, tanto relacionadas ao mercado, quanto ao perigo de sermos dominados por uma inteligência artificial.
Conversamos com o Coordenador dos cursos de Sistemas de Informação e Engenharia da Computação da UNOESC, professor Tiago Zonta, e ele nos trouxe muitas informações, novidades e explicou como é o desenvolvimento desta área no Brasil e no mundo.
O Robô vai substituir o homem nas tarefas do dia-a-dia?
Depende que contexto de robô estamos acostumados 🙂
Por exemplo, não necessariamente o robô tem que ser físico. Você deve ter visto notícias sobre robôs advogados. Hoje temos o crescimento do que chamamos de aprendizado de máquina, ou Machine Learning, e isso vem modificando muito a forma que as informações são utilizadas.
Quem é o profissional que trabalha nesta área? Quais são as habilidades que ele deve ter e/ou desenvolver?
Se pensarmos num robô lógico, virtual, vai exigir o entendimento das regras do que você precisa resolver: programação. Se falarmos de indústria você vai envolver diversas profissões, ou seja, desde físicos, matemáticos até profissionais da engenharia e computação.
Como é o desenvolvimento da automação no oeste catarinense?
Cresceu muito, não tem nem comparação de quando fiz meu mestrado em 2008 no Rio Grande do Sul (lá já era muito desenvolvido). Demos um salto muito grande, iniciamos pelo agronegócio, mas hoje atendemos muitos setores. Temos empresas fornecendo soluções para fora que nem imaginamos que saem daqui.
Existe a possibilidade dos robôs se rebelarem contra a humanidade no futuro?
Esse é um ponto que divide opiniões 🙂 As vezes parece que até pode, mas o computador como costumamos dizer é muito burro, quem controla somos nós, mas nos últimos anos a geração de informação é tão grande que estamos fornecendo tudo o que é necessário para nos conhecer, mas mesmo assim você tem alguém controlando, ou seja, se isso for possível ainda está muito longe, antes disso acontecer o ser humano vai sofrer com outros problemas, principalmente meio ambiente.
Para quais setores mais projetos são desenvolvidos?
Para tudo, a tecnologia hoje não tem mais muitos limites.
Como o Brasil está frente ao mundo neste mercado?
O problema do Brasil é o custo, alguns itens são importados e isso atrasa o desenvolvimento, mas como várias vezes brincamos, o brasileiro deve ser estudado, porque mesmo com limites temos muita coisa boa sendo feita. O mercado é promissor, mas na indústria onde ainda são mais comuns os robôs físicos nosso parque de máquinas é defasado.
Em quanto tempo poderemos adquirir robôs para uso doméstico?
Já podemos! 🙂
Volto a lembrar, temos muito a imagem de robôs humanoides 🙂 estes são complicados, mas temos outros exemplos de robôs.
Já ouviu falara do NAO?
Bom, este universo tão rico e que vislumbra o futuro encanta muita gente e, obviamente, é assunto certo no maior festival de conhecimento e cultura jovem do sul do Brasil. A FACE acontece nos dias 31 de agosto e 01 e 02 de setembro.